O corpo

Estendido está o corpo nu e esquálido
Sua pele brilha no reflexo do espelho
O vento invasor dança sobre os móveis
Refrigerando o corpo saciado, quase inválido.

O corpo está exausto da noite de amor
A alma está sóbria desperta e satisfeita.
Veste a roupa a mulher bela e perfeita
Ajeita os cabelos tendo no rosto leve rubor.

Antes do café, deixa fluir a água quente do chuveiro
Pensa no visitante, o anjo, estátua grega, o tempo inteiro.
Roupa limpa, passa batom, perfume, ouve o carro buzinando
Invade a rua com ares de gula, para o dia recém começando.

Esperança

Andei a noite inteira procurando um abrigo
Queria instalar-me no coração da humanidade
Despertar esta força intensa que trago comigo
Transformar sonhos inquietos e a tenebrosa realidade.

A porta estava hermeticamente fechada
Os tolos perdem-se em bebidas, jogos e diversão
Eu só quero dar o meu tudo em troca de nada
Mas a turba se aliena na indiferença e corrupção.

Bom dia! Agora eu me reapresento
Sou a Esperança e trago notícias de nova possibilidade
Assim o ano novo trás a ideia de outro tempo
Da revolução baseada no a

mor e na fraternidade.

Último Poema

Na última tarde e do último dia
Na despedida quando a minha hora chegar
Peço que alguém abra a janela para o sol entrar
Se possível reúnam a família.

Deixo meus poemas e algumas canções
De tudo o bem que fiz e as minhas ilusões
Quando a brisa da tarde num sopro me levar
Quero um canto alegre e algumas orações.

Lágrimas são homenagens que levo comigo
Palavras o são bálsamo do adeus que vou levar
Pronto! está na hora de seguir meu destino
Para que um dia no futuro o poeta possa voltar.